A sutura do menisco
A decisão de suturar lesões dos meniscos é intra-operatória. A ressonância magnética pode dar uma breve ideia do que será encontrado no ato cirúrgico porem o padrão ouro para avaliar a lesão e tomar a decisão de suturar ou não se faz após o inventario artroscópico da articulação do joelho. A literatura médica é consistente em evidenciar que a opção pela sutura reduz consideravelmente o risco de artrose no compartimento afetado a médio/longo prazo. Sendo assim, aventada a possibilidade de sutura, o cirurgião ortopédico deverá estar com o arsenal necessário para tal procedimento a postos no momento da cirurgia. Diversas técnicas de sutura estão disponíveis hoje em dia, cada uma com sua indicação própria, vantagens e desvantagens.
Técnicas ALL-INSIDE, são realizadas com dispositivos semelhantes a pequenas pistolas que disparam pequenos dardos com os fios necessários para a sutura e utilizam ou portais artroscópicos padrão para acessar e tratar a lesão. Assim, o paciente ficará com 2 cicatrizes de mais ou menos 4 mm no joelho ( uma Antero medial, outra Antero lateral). Técnicas chamado INSE-OUT e OUTSIDE-IN, requerem incisões adicionais e passadores e fios específicos. Portanto o paciente ficará com outras cicatrizes pequenas. Vale ressaltar que a opção do uso de cada técnica varia de acordo com o tipo especifico e localização da lesão do menisco. O pós-operatório da sutura meniscal exige paciência por parte do cirurgião, fisioterapeuta e, principalmente do paciente, uma vez que, ao contrario da meniscectomia parcial, este deverá manter restrição de carga ( ficar sem pisar no chão) em torno de 6 semanas, com período total de reabilitação de 4 a 6 meses para retorno completo às suas atividades esportivas de alto rendimento. A retirada do menisco pode implicar em até 7.1x mais chance do joelho evoluir para artrose a médio prazo. Portanto , sempre que possível, devemos salvar o menisco. “SAVE THE MENISCUS!”